Estou com a boca seca-o que será?

Texto escrito pela Dra Claudia Christianne Gobor, especialista em Tratamento do Mau Hálito pelo MEC
dentista pelo Instituto Kopp e vice presidente da ABO-PR- CRO 7966/PR

Boca seca é alerta: descubra as causas e saiba como prevenir.

Você sabia que a quantidade de saliva produzida pode dizer muito sobre como anda a saúde de
uma pessoa? Pois é. Em condições normais, nossas glândulas salivares produzem entre um litro e
um litro e meio de saliva por dia. Uma contagem inferior a essa quantidade pode ser indicativo de
problemas.
Além de água, a saliva contém enzimas minerais, aminoácidos e outras substâncias que protegem a
boca da proliferação de bactérias e vírus. Essa é a função protetiva. Mas a saliva também é de
extrema utilidade na digestão dos alimentos, na limpeza dos dentes e fala.
A baixa produção de saliva ou até mesmo a interrupção dessa produção podem promover o que é
chamado de “boca seca” ou xerostomia. Essa alteração, com nome esquisito, deve ser diagnosticada
e tratada o quanto antes, pois a sua evolução pode resultar em mau hálito ou aumento da
incidência de cáries e outras doenças. Além disso, a xerostomia pode ser sintoma de outros
problemas de saúde e serve de alerta para uma investigação médica.
A “boca seca” obviamente faz com que a pessoa sinta vontade de tomar muita água durante o dia.
Mas, além dessa necessidade, também apresenta outros sinais como dificuldade para engolir, lábios
secos e rachados, sensação de ardência ou dor na língua. Outra consequência é a presença de
saburra, que é uma placa bacteriana branca que aparece na língua.

Causas da boca seca
A xerostomia ou boca seca pode surgir em todos os estágios da nossa vida, no entanto, o problema
é mais comum entre os mais idosos, atingindo, segundo estudos, aproximadamente 25% dessa
população. A partir dos 65 anos, então, o índice vai crescendo chegando até 30%.
O envelhecimento do nosso corpo e a consequente necessidade de utilização de mais remédios
nessa faixa etária (idosos) é uma das causas para o aparecimento da xerostomia. Outras causas são
o estresse e a ingestão contínua de remédios como antidepressivos, antialérgicos, diuréticos e anti-
hipertensivos.
Diagnosticar o que causa essa sensação de “boca seca” é essencial para um tratamento adequado e
para a melhora do quadro clínico. Isso porque, a xerostomia pode indicar doenças como diabetes,
cirrose hepática ou Síndrome de Sjogren, que é mais comum entre pacientes mulheres com mais
de 40 anos.
Exames realizados em consultório como a Sialometria – que mede a quantidade de saliva produzida
em um determinado intervalo de tempo – podem ajudar na detecção da alteração de produção de
saliva.
O tratamento da xerostomia é variável, vai desde estímulos gustatórios e mecânicos que estimulam
as glândulas salivares a liberarem uma quantidade maior de saliva,até uso de fármacos e também
sessões de laser, acupuntura e tens (estímulos elétricos). A ingestão de líquidos e a adoção de
hábitos que colaborem com a higiene bucal também ajudam a controlar e evitar o aparecimento da
“boca seca”.

Dicas e cuidados
Para prevenir e melhorar a produção salivar, algumas dicas são:

  • Faça a ingestão delguidos durante o dia todo, evitando consumir água muito gelada;
  • Use gomas de mascar E produtos cítricos para estimular o fluxo de saliva.
  • Diminua o consumo de bebidas com cafeína (café /chá e refrigerantes).
  • Use enxaguante bucal sem álcool e escolha cremes dentais com adição de cálcio e fósforo.
    É importante ressaltar que a ingestão de bebidas alcoólicas e o tabagismo alteram a produção
    salivar também e deixam a boca mais suscetível a outras doenças, como a gengivite e o câncer
    bucal. Os cuidados com a higiene bucal também interferem no hálito e na salivação. Então escove os
    dentes depois das refeições, use o fio dental todos os dias e visite seu dentista regularmente.
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