Enxaguante bucal com álcool e sua relação com o câncer de boca

Usar enxaguante bucal parece ser uma mania entre quem defende que o produto tem atuação
imprescindível na higiene dos dentes. Os bochechos têm importância, mas apenas para aqueles que
sofrem com doenças periodontais, entre elas cáries e dentes sensíveis. Para as demais pessoas, a
atuação do produto é nula, independentemente da quantidade de vezes em que ele é usado
diariamente.

Isso ocorre porque somente a escovação e o uso de fio dental já conseguem combater as placas
bacterianas, limpar os dentes e a gengiva dos restos de alimentos. Se aliado a uma boa escovação,
nos casos específicos, o enxaguante pode sim ser útil.

Caso contrário, o produto não será benéfico e pior: pode inclusive aumentar o mau hálito.


Usar enxaguante bucal pode parecer um excesso de higiene inofensivo, mas não é.

Estudos associam o uso frequente e a longo prazo dos antissépticos bucais com o aumento da
incidência do câncer de boca. É sabido, atualmente, que o consumo de bebida alcoólica é um dos
fatores de risco para desenvolver a doença, mas, para isso, a pessoa deve beber com frequência.

Como os enxaguantes bucais com álcool contêm uma porcentagem etílica alta, o risco pode ser
equiparado com àquele de quem bebe todos os dias.

O álcool pode eliminar bactérias protetoras e facilitar a multiplicação daquelas substâncias
maléficas que eventualmente são resistentes. As bactérias, então, transformam o etanol em
acetaldeído, substância altamente cancerígena. E daí vem o risco que os médicos tanto falam.

Para prevenir o câncer de boca, procure ter uma boa higiene bucal, não fumar, não beber em
excesso, se alimentar bem, principalmente de frutas cítricas e vegetais verdes.

Pelas razões descritas acima, nunca é demais frisar que a diferença entre o veneno e remédio pode
estar na dose. O uso de antissépticos bucais, mesmo com sua livre comercialização, pode acarretar
efeitos indesejáveis, apesar dos benefícios que proporcionam.

Por isso, preferencialmente, essas substâncias devem ser indicadas apenas pelo dentista, que irá
considerar as necessidades específicas de cada paciente e as circunstâncias em que a utilização
deve ser feita.

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